A VIDA NÃO É INDOLOR

 Em nossa caminhada por esse mundo, cruzamos desertos causticantes, atravessamos pântanos perigosos, descemos a vales profundos. Nossos pés tocam o chão frio do sofrimento; nosso coração é afligido e a nossa alma geme, muitas vezes, de dor. De todas as dores da vida, a dor do luto parece ser a mais aguda. Não é fácil ser privado para sempre, do convívio de alguém que amamos.
 
A dor do luto dói na alma, atinge o íntimo. Os crentes, como quaisquer outros mortais, também experimentam a tristeza pela perda de um ente querido. Todavia, essa tristeza é motivada pela saudade, e não pelo desespero diante da incerteza acerca do destino final daquele que se foi. Paulo escreveu (1Ts 4.13-14): “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele”.
 
Não caminhamos rumo a um entardecer cheio de incertezas. O fim da nossa jornada não é um túmulo gelado, mas a bem-aventurança eterna. A ressurreição de Jesus nos ensina que Deus nos conduzirá a um lugar onde não mais haverá dor. Teremos um corpo imortal, incorruptível, revestido de glória, celestial. Deus enxugará dos nossos olhos, toda a lágrima (Ap 21.4). Na Nova Jerusalém, no Paraíso de Deus, não haverá mais luto. Nossa tribulação aqui, por mais angustiante, será apenas leve e momentânea, se comparada com as glórias por vir (2Co 4.17). Naquele dia, as nossas interrogações serão transformadas em exclamações; nossa tristeza de hoje numa alegria nunca experimentada.
 
O fato de termos esperança não significa que deixamos de sofrer. A vida não é indolor. Mas a esperança de vida eterna nos conforta. O céu é melhor porque as lembranças do sofrimento ficarão para trás. Lá viveremos para sempre com o Senhor, na companhia daqueles que lá já estão e nos esperam. Aqui temos um coração rasgado pela saudade, mas lá teremos um reencontro e não mais haverá despedidas. Ao dizer que depois da morte vamos para o céu, não é porque pensamos que somos justos, mas, pelo contrário, é porque confiamos no amor inalterável de Deus, no amor que jamais poderá nos desamparar e que nos assegura que nem a morte nos separa do Senhor que nos ama (Rm 8.38-39) e que morreu para que tivéssemos vida, e vida eterna.

Por Pastor Ademir de Freitas

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